Nos corredores por vezes limpos, por vezes nem tanto, dos hospitais, ronda um monstro sedento que se alimenta do orgulho daqueles que dispõe da técnica para preservar a vida, mas que, como deuses, querem dela dispor segundo seus próprios interesses.
O monstro fez dos laboratórios de pesquisa seu habitat. Dos congressos científicos, ele fez o seu púlpito. Traz consigo seus sequazes, fanáticos doutos em arrogância e zelosos do dogmas da Ciência.
Ele já ousara antes mostrar sua cabeça horrenda, fazendo da Terra um local de desolação e desespero.
Sua língua bifurcada fala doces palavras como saúde, qualidade de vida, honra, vitalidade. Diz trazer prosperidade, progresso, consciência, “evolução”.
Cativa as almas de homens cheios de orgulho e vaidade, mas vazios de amor a Deus e ao próprio homem.
Em meio a esta voz sedutora, ruídos tênues, mas perceptíveis por quem não é seduzido por seu canto de sereia: ossos se quebrando, carnes se rasgando, gemidos sufocados, gritos agoniados de lástima, de desespero e de dor, de suas vítimas que são sacrificadas no altar sangrento da modernidade.
Este monstro tem um nome. É chamado de Eugenia. Ele é filho legítimo do Darwinismo e da Teoria Maltusiana, e guarda fielmente seus dogmas.
Nascido na Inglaterra vitoriana e teorizado por Galton, primo de Darwin, ele pretendia fazer a vontade de seu pai, o Darwinismo, substituindo a “seleção natural” por uma seleção sistemática e controlada dos seres humanos. Desta forma, sonha concretizar a Utopia (este sonho dos homens que se afastam de Deus) de uma humanidade perfeita, sem defeitos.
Ora, a Eugenia, que é um monstro vesgo, acredita que tudo o que somos é devido aos nossos genes. Portanto, ela só enxerga uma maneira viável de melhorar a humanidade: exterminando aqueles considerados imperfeitos...
Assim, médicos e cientistas do começo do século XX propunham em plena luz do dia a castração dos deficientes físicos e mentais, a segregação dos incapazes, o aborto e a eutanásia.
Não só propuseram, como conseguiram implementar estes expedientes monstruosos nos democráticos Estados Unidos, onde o Monstro se desenvolveu grandemente.
Nos corredores hospitalares o monstro reinava secretamente, quando médicos, aos quais se confiava a salvação da vida, deixavam bebês recém nascidos morrerem exangues sob o olhar de pais desesperados, por considerarem o bebê indigno da vida, por ser imperfeito.
Logo, a Eugenia vestiu o casaco do racismo, e pregou que a raça branca nórdica seria a raça ideal.
Tais idéias de início de século alimentaram os sonhos de um ridículo e patológico cabo austríaco: Adolph Hitler.
A Alemanha Nazista e racista, abraçou a crença nos dogmas da Eugenia, e formou equipes de médicos e de cientistas que lutariam até além dos limites da moral e da sanidade pela causa eugenista.
O progressista partido Nazista, ao assumir o poder, cedo implantou o aborto e a eutanásia como expedientes médicos. Logo a eutanásia, de voluntária, passaria a ser um direito do Estado, e milhares de velhos, doentes terminais e deficientes físicos e mentais foram cuidadosamente exterminados.
Deficientes mentais foram esterilizados às centenas de milhares. Mais tarde se apelou para uma solução final: mataram-nos em câmaras de gás.
Tudo pela melhoria da raça humana. Tudo pela ciência. Tudo pelo Reich assassino.
Veio a guerra... A pesquisa científica se intensificou com o esforço de guerra. Milhares e milhares de judeus, ciganos e poloneses foram usados como cobaias humanas. O entendimento do cérebro humano, da visão, do comportamento do corpo humano em resposta a elementos estranhos, doenças desconhecidas, de reações a produtos químicos e a pressão atmosférica dentro dos aviões a jato foi aumentado graças ao derramamento do sangue precioso das vítimas do holocausto.
Este é o preço que a Besta, o Monstro, cobra: o sangue dos homens, principalmente o sangue dos inocentes.
Perdida a guerra, o Monstro foi acuado, mas não foi morto. Escondeu-se nas saletas obscuras das universidades do mundo ocidental, e passou a se auto designar também como Genética. Sob a tutela de geneticistas americanos, pais do projeto Genoma Humano, Otmar Von Vershuer, chefe e mentor de Joseph Mengele, foi acolhido e incensado, e terminou seus dias tranqüilamente freqüentando Campi Universitários e Congressos Científicos.
Agora, o monstro mostra suas garras novamente. Aborto, eutanásia voluntária, forçada ou induzida, pesquisa com embriões humanos, vasectomia e ligadura de trompas sem o conhecimento dos pacientes e outros tipos de atrocidades são cometidas legalmente ou ilegalmente ao redor do mundo, fomentadas pelo religião eugenista.
Alguns “cientistas” “iluminados” pela “sabedoria” eugênica, acusam aos católicos de obscurantismo, por defenderem a vida como uma dádiva divina.
Nós, humildes leigos defensores do direito a vida, alguns doutores, muitos não, como católicos temos somente um adjetivo adequado para apodá-los: servidores do novo ídolo moderno, a Eugenia.
Para citar este texto:
Paulo Sérgio R. Pedrosa - "Monstruosidade"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=ciencia&artigo=mostruosidade〈=bra
Online, 12/12/2009 às 09:50h
MONSTRUOSIDADE
sábado, 12 de dezembro de 2009
às 03:49
Marcadores: DENSAS PALAVRAS
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