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A Retórica

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ethos – é o tipo de prova centrado no carácter/ética do orador que deve ser virtuoso e credível para conseguir a confiança do seu auditório.

Pathos – tipo de prova centrado no auditório emocionalmente pressionado e seduzido

Logos – tipo de prova centrado nos argumentos e discurso bem estruturado do ponto de vista lógico-argumentativo, para que a tese se imponha como verdadeira.

A retórica, a arte de convencer e persuadir, tem as suas origens na antiguidade clássica, devendo aos sofistas (professores itinerantes que se dedicavam ao ensino dos jovens cidadãos e dominavam a arte de persuadir pela palavra) a sua proliferação.

Eram dotados de habilidade linguística e de estilo eloquente e surpreendiam pela sua vasta sabedoria e pelos seus discursos expressivos. O seu ensino proporcionava aos cidadãos da Grécia antiga os meios e técnicas necessários à inserção e participação na vida política.

Desde muito cedo os sofistas se dão conta de que o uso da palavra, tendo em vista convencer e seduzir os ouvintes, é mais eficaz do que o conteúdo do próprio discurso. Por outro lado, a sua vida itinerante e o contacto com diferentes culturas faziam-nos acredita e defender que a verdade dos discursos é a verdade que serve ao homem, uma verdade relativa. Ao afirmar o relativismo da verdade, é inaugurada uma longa batalha contra Sócrates e Platão, que achavam que a argumentação só podia servir a busca da verdade (única, absoluta e universal capaz de dizer uma realidade absoluta, perfeita e imutável), para praticar o bem (enalteceram o pathos). Pretendem inviabilizar a prática de uma retórica baseada em opiniões e meras aparências. Assim, sofista passa a estar associado ao falso saber, aquele que detém uma sabedoria aparente, que faz uso do raciocínio falacioso.

Mas ao distinguir os domínios da retórica, da moral e da verdade, Aristóteles, pode libertar a retórica da má reputação que a ligava à sofística. Com efeito, pode-se fazer um bom ou mau uso da retórica, não é ela que é imoral, mas quem a utiliza. (Aristoteles, apercebeu-se de todas, mas destacou o papel do logos)

Na concepção clássica:

- o ser identifica-se com tudo o que existe e é independente do modo como o dizemos/ conhecemos

- a verdade é unívoca e corresponde ao conhecimento absoluto do ser (ou realidade

Será apenas no séc.XX que assistiremos à completa reabilitação da retórica e da sua relação com a filosofia. A nova retórica, proposta por filósofos como Chaim Perelman, encontra na argumentação o fundamento de uma nova racionalidade, isto é, passa a considerar-se a sua importância no pensamento e para o conhecimento.

O filósofo Michel Meyer faz uma leitura da história da retórica que é particularmente interessante: é na relação dos conceitos ethos, pathos e logos que podemos encontrar a chave para a explicação dos diferentes momentos da retórica ao longo da sua história.

Na concepção contemporânea:

- o ser diz-se de diferentes maneiras (é plural) e só pode ser dito/conhecido por intermédio da linguagem

- a verdade não é unívoca nem absoluta, é plurívoca e renovável


FONTE: http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/filosofia/11retorica.htm

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