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Literatura e Sociedade

sábado, 16 de maio de 2009

Análise das páginas 112, 113, 114, 115 e 116 de “ Literatura e Sociedade” de Antônio Candido.
Nestes fragmentos de “Literatura e Sociedade” A. Candido analisa o que poderíamos entender por primórdios da Literatura Brasileira, começando pelo Romantismo, onde podemos ver o nacionalismo exacerbado de Castro Alves e de José de Alencar. O indigeanismo europeu, nas obras de J.Alencar, com o intuito de se fazer construir figuras heróicas, que representavam nossa nação, como se fazia na Europa, tendo realizado tal intento em ”Ubirajara”, “Iracema”, entre outros, marcou nossos primeiros períodos literários, e também, na denúncia aos horrores da escravidão, em C.Alves; passando pela temática social, nos romances urbanos: “Senhora”, “Lucíola”, etc. O que veio a construir uma via para uma literatura menos ufanista, com o foco não mais no coletivo, na nação, como ocorrera com o Romantismo, na primeira fase, e no indivíduo, na segunda, e sim nas questões sociais que levam o ser humano a apresentar desvios de caráter. A análise social, tinha como base instrumentos não apenas científicos, como correntes filosóficas e descobertas da ciência, mas também, os conceitos morais, resquícios, sobretudo, de parâmetros religiosos. Surgia, então, uma visão “Realista” da sociedade, onde os objetos eram desnudados pela pena do escritor, que neste caso se assemelhava a uma faca bem afiada, cortando-os e deixando suas carnes expostas “ao natural”. Todos os vícios eram expostos sem as máscaras do eufemismo romântico, e, as misérias humanas, abordadas a partir de uma ótica mais profícua, porém, ainda havendo comprometimento da “realidade” com conceitos europeus, quanto ao uso formal da língua e à ignorância à diversidade cultural brasileira. No Romantismo houve uma tentativa em se explorar nossa cultura, através da figura do índio, por outro lado, com a do escravo, procuravam expor a desumanidade cometida contra o mesmo, por motivos, sobretudo, políticos (oposição ao regime monárquico), o que acabou por perder-se no Realismo, onde a figura mítica do índio não convencia mais, e quando também, a liberdade dos escravos e a democracia já eram fatos consumados. Os escritores realistas tinham a preocupação em manifestar suas filosofias dos ismos: Positivismo; Determinismo; Existencialismo; num contexto social, como determinantes da decadência humana. O Romantismo, pois, simboliza a infância literária brasileira (idealizações, sonhos, heroísmos, utopias, etc.), o Realismo, por sua vez, representa a fase intermediária entre a adulta (Modernismo) e a infância, já citada anteriormente, trazendo à baila temas, até mesmo já abordados anteriormente, mas, sob uma ótica mais madura, mais “hormonal”, mais “orgânica”, e, portanto, menos “imaginária”, com ímpetos juvenis e não mais infantis. A.Candido furta-se de comentar sobre as outras escolas acadêmicas, ao menos nestes fragmentos, por considerar que, nelas, a literatura brasileira ainda não “existia”. Deduz-se então, o seguinte: em todas as outras escolas literárias, a nossa literatura permanecera em estado de latência.

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